Não é preciso ver programas de humor para andarmos entretidos nesta vidinha. A situação que ontem se passou com este que vos fala (sou eu, para que conste), tem tanto de hilariante, de caricato e de inverosímil que cheguei a pensar em agarrar num comando de televisão, se o tivesse ali, para aumentar o som. E é isto:
estando eu em labor árduo, transportando os meus bens do carrinho de compras para a passadeira rolante de uma caixa do Continente (duas garrafas de vinho, uma cola barata, azeite, carne picada, queijo ralado, dois pacotes de leite, pão caseiro, esparguete, polpa de tomate e manteiga, tudo 15 euros que até nem é muito), quando vejo que o gajo à minha frente era polícia. Estava todo aperaltado com a farda do trabalho, pistola e tudo, e um ar algo constrangido por estar a comprar, além de fraldas, um enorme embrulho de papel higiénico. O gajo era alto e forte e talvez sentisse culpa de não estar, como eu, a levar álcool mas coisinhas necessárias para a criança e para o cu. Até aqui tudo bem, os polícias também o limpam devidamente, nada a apontar, embora tivesse reparado que o papel escolhido não era dos mais meigos para a sensibilidade anal mas ao preço que as coisas estão a gente tem mais é de aceitar e pouco barulho que o respeitinho é muito bonito. Estávamos, portanto, nisto quando do seu rádio vem a notícia: pii pii pii atenção que o BPI foi assaltado, todas as unidades à esquadra pii pii pii.
Era de esperar que o papá dedicado mas, acima de tudo, oficial em serviço e excelente no apoio aos bípedes alheios, saísse dali a correr, sem pagar sem nada, esperando, claro, o apoio inequívoco de todos os outros cidadãos e do próprio caixa - quando o BPI está a ser assaltado, convém que todos nós façamos um esforço, está bem de ver. Mas qual quê! A preocupação maior do nosso agente era procurar pelo cartão Continente! Dado este, veio a pergunta inevitável: "quanto é que já tenho no cartão?" ao que o caixa, competentíssimo na arte, respondeu: "8 euros" e perguntou: "quer descontar?" sendo que o polícia responsável (e prezador da boa higiene, já foi dito) anunciou: "deixe estar, fica para a próxima".
Não fosse o facto de o BPI estar a ser assaltado, esta teria sido uma conversa banal, sem interesse e desprovida de espectacularidade humorística. Não tendo sido pelas razões apontadas atrás, ganhou contornos nunca antes pensados por quem, simplesmente, se desloca a uma caixa de supermercado.
Ele ainda disse mais qualquer coisa mas nessa altura eu já tinha mudado de canal.
Wednesday, January 28, 2009
Tuesday, January 27, 2009
A estúpida com nome de livraria.
Uma tal de Sofia Buchholz escreveu esta coisa (http://31daarmada.blogs.sapo.pt/2094159.html?page=2#comentarios):
"Acabei de ver a "Grande Entrevista" da Judite de Sousa com o Cristiano Ronaldo. Nunca o tinha ouvido falar mais de alguns minutos. Confesso que até fiquei confrangida de o ouvir. Tive pena do rapaz. Não há ali um raciocínio claro, uma construção gramatical correcta, o mínimo de eloquência. Atrever-me-ia a dizer que aquilo já é iliteracia. E se é assim em português, pergunto-me como será em inglês?!"
Isto pode parecer ingénuo, pode parecer escrito por alguém que, além de ser uma imensa e inequívoca imbecil, acha que do futebol não vem nada de positivo para a sociedade. Pode parecer. Mas não é. Esta arrogância, esta estúpida necessidade de exigência aos outros (afinal, o homem é só o melhor do Mundo naquilo que faz) que não exigimos a nós próprios, fazem parte do mais intrínseco que corre nas veias de grande parte dos bípedes que vêem ser-lhes dada a nacionalidade portuguesa.
Isto não é só mais uma idiota pseudo-pseudo-pseudo-pseudo-culta com manias de superioridade moral, estética ou de conhecimento. Isto é a face mais absurda, néscia, estulta e degradante da nossa pátria ao espelho.
"Acabei de ver a "Grande Entrevista" da Judite de Sousa com o Cristiano Ronaldo. Nunca o tinha ouvido falar mais de alguns minutos. Confesso que até fiquei confrangida de o ouvir. Tive pena do rapaz. Não há ali um raciocínio claro, uma construção gramatical correcta, o mínimo de eloquência. Atrever-me-ia a dizer que aquilo já é iliteracia. E se é assim em português, pergunto-me como será em inglês?!"
Isto pode parecer ingénuo, pode parecer escrito por alguém que, além de ser uma imensa e inequívoca imbecil, acha que do futebol não vem nada de positivo para a sociedade. Pode parecer. Mas não é. Esta arrogância, esta estúpida necessidade de exigência aos outros (afinal, o homem é só o melhor do Mundo naquilo que faz) que não exigimos a nós próprios, fazem parte do mais intrínseco que corre nas veias de grande parte dos bípedes que vêem ser-lhes dada a nacionalidade portuguesa.
Isto não é só mais uma idiota pseudo-pseudo-pseudo-pseudo-culta com manias de superioridade moral, estética ou de conhecimento. Isto é a face mais absurda, néscia, estulta e degradante da nossa pátria ao espelho.
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