Thursday, November 11, 2010

O homem do Saldanha

Morreu o homem que me dizia olá, quando de noite passava por ele a caminho de algum sítio de que não me lembro. Vários sítios, vários olás. Nunca adeus, porque a surpresa do gesto era de assimilar, nunca de expelir. Vi-o em noites em que levava dentro de mim vários adeus e recebia aquele olá como uma esperança. Disse olá à esperança. Disse adeus à esperança. E ele ali, entre o adeus e o olá, sempre.


O olá morreu. Venha o adeus. Adeus. A deus.