Wednesday, January 28, 2009

E o que é que o cu tem a ver com as calças?

Não é preciso ver programas de humor para andarmos entretidos nesta vidinha. A situação que ontem se passou com este que vos fala (sou eu, para que conste), tem tanto de hilariante, de caricato e de inverosímil que cheguei a pensar em agarrar num comando de televisão, se o tivesse ali, para aumentar o som. E é isto:

estando eu em labor árduo, transportando os meus bens do carrinho de compras para a passadeira rolante de uma caixa do Continente (duas garrafas de vinho, uma cola barata, azeite, carne picada, queijo ralado, dois pacotes de leite, pão caseiro, esparguete, polpa de tomate e manteiga, tudo 15 euros que até nem é muito), quando vejo que o gajo à minha frente era polícia. Estava todo aperaltado com a farda do trabalho, pistola e tudo, e um ar algo constrangido por estar a comprar, além de fraldas, um enorme embrulho de papel higiénico. O gajo era alto e forte e talvez sentisse culpa de não estar, como eu, a levar álcool mas coisinhas necessárias para a criança e para o cu. Até aqui tudo bem, os polícias também o limpam devidamente, nada a apontar, embora tivesse reparado que o papel escolhido não era dos mais meigos para a sensibilidade anal mas ao preço que as coisas estão a gente tem mais é de aceitar e pouco barulho que o respeitinho é muito bonito. Estávamos, portanto, nisto quando do seu rádio vem a notícia: pii pii pii atenção que o BPI foi assaltado, todas as unidades à esquadra pii pii pii.
Era de esperar que o papá dedicado mas, acima de tudo, oficial em serviço e excelente no apoio aos bípedes alheios, saísse dali a correr, sem pagar sem nada, esperando, claro, o apoio inequívoco de todos os outros cidadãos e do próprio caixa - quando o BPI está a ser assaltado, convém que todos nós façamos um esforço, está bem de ver. Mas qual quê! A preocupação maior do nosso agente era procurar pelo cartão Continente! Dado este, veio a pergunta inevitável: "quanto é que já tenho no cartão?" ao que o caixa, competentíssimo na arte, respondeu: "8 euros" e perguntou: "quer descontar?" sendo que o polícia responsável (e prezador da boa higiene, já foi dito) anunciou: "deixe estar, fica para a próxima".
Não fosse o facto de o BPI estar a ser assaltado, esta teria sido uma conversa banal, sem interesse e desprovida de espectacularidade humorística. Não tendo sido pelas razões apontadas atrás, ganhou contornos nunca antes pensados por quem, simplesmente, se desloca a uma caixa de supermercado.
Ele ainda disse mais qualquer coisa mas nessa altura eu já tinha mudado de canal.

1 comment:

Anonymous said...

Não tenho saúde para esta merda. Além de lá ter o lagarto do Grilo vou ter que acrescentar este milhafre aos pratos do dia? Não me deixam em paz, caralho.