Thursday, November 11, 2010

O homem do Saldanha

Morreu o homem que me dizia olá, quando de noite passava por ele a caminho de algum sítio de que não me lembro. Vários sítios, vários olás. Nunca adeus, porque a surpresa do gesto era de assimilar, nunca de expelir. Vi-o em noites em que levava dentro de mim vários adeus e recebia aquele olá como uma esperança. Disse olá à esperança. Disse adeus à esperança. E ele ali, entre o adeus e o olá, sempre.


O olá morreu. Venha o adeus. Adeus. A deus.

4 comments:

Tudo de mim. Ou quase. said...

É efectivemente pior um adeus carregado algures dentro de nós. Matarmos alguém dentro do peito ou morrermos no peito de alguém. Raios!

Escrevi o que quis. Também não assumirei quaisquer responsabilidades por isso.

Tudo de mim. Ou quase. said...

Post Scriptum: Pensava que tinha dito adeus ao blogue. Só hoje me apercebi que afinal já está de volta. Fico contente pelo regresso.

Ricardo said...

Pois bem-vinda sejas a este antro. Não se prometem novidades ainda que elas provavelmente apareçam. Eu também não assumirei quaisquer responsabilidades por isso.

E fico contente pelo regresso, também. De vez em quando voltamos.

Dança dos Dias said...

Eu aprecio antros. Cheios de letras. Tudo de mim. Ou quase.