Tuesday, May 09, 2006

Poema

Roleta Russa

Num café, um homem e uma mulher discutem
alagados de amor
as já tão costumeiras
amiúdes
ciumeiras
contradições de olhares.

De nada lhes valerá
este jogo.

Na Roleta Russa de Impérios
o destronar de castelos
saberá impôr-se.

Porém
para quê
apressá-los ao futuro?

Para quê
vilmente
explorar-lhes este gesto?

Da força das âncoras
já tudo se conhece.

Então
deixemos transbordar
ventanias.

Porque às ventanias
se pede isso mesmo:
Que nunca voltem
Que nunca se vão.



Ricardo Silveirinha

2 comments:

Marisa said...

Gostei. realmente não fui eu que escrevi, mas consigo imaginar as palavras:
"Porque às ventanias
se pede isso mesmo:
Que nunca voltem
Que nunca se vão." a saírem da minha pena...
Gostei.

marta cs said...

Muito bom. Título perfeito.