Monday, March 26, 2007

O GRANDE (CROMO) PORTUGUÊS

Num país a cair de podre em vários domínios governativos, não podia ser outro o vencedor: um ditadorzeco podre e com falta de equilíbrio na hora de sentar o rabinho na cadeira.
A insatisfação reinante em relação aos sucessivos governos desde 1974 e a total desconfiança nas capacidades sinceras dos políticos em fazer realmente deste país algo mais do que um macaco da república das bananas com a gravatinha da União Europeia, vieram provar-nos (como se não soubessemos já!) que até um medíocre ditador pode "ganhar" a Pessoa, Aristides de Sousa Mendes, D. João II, Camões, Infante D. Henrique, entre outros.
É lógico que nestas votações os mais votados costumam ser os mais recentes. Tem lógica que assim seja. E é por isso que nos três primeiros lugares ficaram três personalidades do século XX Português (excelente 3º lugar para Aristides: tinha ideia que pouca gente o conhecia em Portugal...pelos vistos, nem tanto assim).

A escolha do homem de Santa Comba Dão não demonstra grande inteligência ou cultura história por parte de muitos portugueses, mas vem revelar uma tendência: as pessoas preferem despotismo a insegurança; ordem a anarquia social. É preocupante a escolha, não o é a motivação.

Há ainda um factor que me preocupa nesta democracia, e vem do lado comunista: Odete Santos é um papagaio contínuo. É de uma "peixeirada", como diz o Rui, atroz. É ridícula. Mas nem é isso que me preocupa mais. Acho profundamente irritante e incongruente que uma mulher que supostamente apela aos instintos democráticos dos portugueses se levante - na hora do anúncio do primeiro classificado - e diga esta coisa aberrante: "É proibido o incentivo público ao fascismo!!!". Se Cunhal ganhasse... não seria proibido o incentivo público ao comunismo? É que ainda ninguém se esqueceu de Estaline. Gulag, Sibéria, 18 milhões de mortos... está recordada, Odete Otária?

O grande despautério da democracia é este mesmo: votar até num homem que não permitiria uma votação deste tipo. É assim o jogo. Se o quisermos jogar, jogamos; se não... volta-se ao Estado Novo e começa-se uma vez mais a lutar contra todo o tipo de atentado Às liberdades individuais. A História é cíclica e a estupidez eterna...

1 comment:

rogerAjacto said...

Epah, concordo inteiramente. Estava para começar um texto sobre este tema agora mesmo... Agora já não sei se será preciso. Abraço