Tuesday, April 29, 2008

Há coisas muito fodidas nesta vida. Claro que há outras mais filhas da puta que estas, que são só fodidas, mas ainda assim... puta que pariu. Claro que a perda, a tristeza, a puta da nostalgia e a incompreensível morte são de um gajo se atirar pela janela, não fosse a janela ter uns olhos grandes de 8º andar, mas há coisas mais pequenas, menos evidentes, que nos fodem o juízo. Isto a propósito daquilo que ontem vivi, na minha própria casa. Tudo por culpa da filha da puta da preguiça. Ora bem, o caso é o seguinte: chegado a casa num final de tarde, deparo-me com a estúpida realidade de não ter absolutamente nada para comer. Não, não, não havia latas de atum, nem esparguete, nem sequer um pão castigado pelo tempo que desse para umas torradas mais duras que duras. Não entendeste leitor, não, nem tinha óleo nem douradinhos nem ervilhas nem favas nem uma merda de pacote de arroz; nem leite nem salsichas nem a puta de uma bolacha ressequida que esperasse ansiosa, dentro de uma caixa de biscoitos, atrás de atrás de atrás de uma merda qualquer na cozinha. Absolutamente nada. Entendeste? Mas sabes o que é mais grave, leitor? É que eu tinha uma coisa na cozinha: preguiça. E a puta fez o meu estômago roncar até não poder mais. Depois de sofrer estupidamente, deitei-me. Há gajos muito estúpidos. Alguém avise o meu cérebro que eu já sou adulto, se faz favor. Tenho 26 anos e tal, a meio caminho dos 27. Isto é idade para ter, pelo menos, algum amor ao bem-estar. E ódio à preguiça filha da puta.

Friday, April 25, 2008

Reler

Não há muitas formas de entender que envelhecemos. Mas há algumas. Poucas. Dessas, a que mais gosto, talvez por achá-la menos dolorosa e mais, digamos assim, artística ou bonita ou poética, é a forma que se revela nos livros. Nas linhas que sublinhámos nos livros. As frases que achámos de tal maneira perfeitas que tivemos de encontrar um lápis ou uma caneta e sublinhá-las. Com muito devoção, simplesmente sublinhá-las. E deixá-las ali, entregues e à espera de um novo leitor que chegue, ávido e sedento de leitura, àquelas mesmas palavras que nós um dia, num dia de chuva ou num dia sem chuva, achámos perfeitas para serem sublinhadas. Às vezes, e talvez demasiadas vezes, o leitor que chega é o mesmo leitor que partiu. Nós. E olhamos as linhas sublinhadas, perguntamo-nos a razão, tentamos descodificar dentro de nós o leitor antigo e procuramos compreender o que fez esse mesmo leitor amar de tal forma essas palavras para que as tivesse sublinhado. Raramente compreendemos. O leitor que as leu, as amou, as sublinhou, as devorou é já um leitor que deixou de nos pertencer. É nesse momento que envelhecemos e temos noção disso. Mas de uma forma tranquila, quase ternurenta, minto, ternurenta, compassiva, paternal até. Nasce-nos num lado da boca um esgar de afecto e passamos as linhas em busca de outras linhas. Talvez cheguemos a um ponto, a uma frase perfeita e voltemos a procurar por um lápis ou uma caneta, e sublinhemos, da mesma forma que o leitor antigo, outras linhas que o outro leitor não viu ou não quis ver ou, melhor do que tudo, não soube ver porque não lhe eram destinadas. E rimo-nos dos maravilhosos momentos que o leitor antigo deixou escapar, muito provavelmente – pensamos nós – por ingenuidade, por imaturidade, por desleixo, até por preguiça. Mas há sempre um novo leitor, que é mais velho, que vai rir de nós e das coisas que sublinhámos. Há sempre um novo lápis ou uma nova caneta que irão prolongar as mesmas linhas, descobrir outras, inventar novos momentos perfeitos no livro. E a vida, como a leitura, nunca pára para sublinhar por cima.

Wednesday, April 23, 2008

Do blogue "Benfiquistas desde pequeninos", um texto lúcido sobre o Benfica, escrito pelo escriba Pelicano:

«A Manifestação

O Sport Lisboa e Benfica é, sem sombra de dúvidas, um clube sui generis.
Começou por ser fundado nos fundos de uma farmácia. O seu principal promotor e entusiasta exerceu todas as funções possíveis e imaginárias excepto aquela que lhe seria mais obviamente destinada, a de Presidente. Um clube de futebol, sem campo de futebol, que se juntou a outro que possuía um campo mas não tinha equipa.
Mais tarde, poucos anos depois da edificação de um campo magnífico para a época, vê-se expropriado do seu estádio devido à construção de uma auto-estrada em troca de um montante muito inferior ao recente investimento e de promessas ainda hoje por cumprir.
Uns anos depois, venceu a taça latina - embrião da taça dos campeões europeus, no único ano, em 8, que lhe foi possível participar.
Uns anos depois, torna-se definitivamente o maior clube português devido à superioridade avassaladora em relação aos seus adversários durante 2 décadas. Para a história do futebol, ficou a conquista de duas taças dos campeões europeus e a presença em mais 3 finais da mesma competição em 8 épocas apenas.
Uma destas finais perdidas foi disputada no campo do adversário e outra no país de quem o derrotou. Numa delas, jogou com 10 jogadores e com um defesa-central a guarda-redes porque ainda não eram permitidas substituições.
Pelo meio, foi a única organização do país a ter eleições livres em pleno período fascista, relegando para segundo plano as proveniências sociais dos seus associados e privilegiando o benfiquismo de cada um.
Muitos anos mais tarde, sucederam-se os casos de puro espólio ao nível das arbitragens beneficiando um adversário directo. Os seus dirigentes foram provada e repetidamente alvos de intimidações e até agressões de capangas a soldo do porto.
Os anos passaram e o Benfica foi entrando numa lenta sportinguização, processo esse, que vai tomando forma cada vez mais visível. Desde a construção de uma capela porque a esposa de um presidente assim o desejava à intimidação física de associados em assembleias gerais a mando da direcção em exercício de então, parece que tem acontecido de tudo.
A campanha "Fica Amaral", a "Operação Coração", a destruição de uma equipa campeã porque se endeusou um treinador que havia tido sucesso 10 anos antes num rival, os cheques que estavam constantemente a caminho de Manchester, a hiper anunciada surpresa aos sócios num jogo de apresentação e que se consubstanciava na chegada de helicóptero da bola de jogo, o roubo descarado de um presidente em compras e vendas de passes de jogadores e terrenos e a contratação quase obsessiva de gente ligada, quase sempre de forma triste, a clubes rivais, são apenas alguns dos inúmeros exemplos demonstrativos do percurso, vá lá, caricato, do Sport Lisboa e Benfica nos últimos 15 anos.
Mesmo na bancarrota, foi possível construir-se um novo estádio, excelente, diga-se de passagem, e, contrariamente ao que seria de se esperar face aos acontecimentos desde 1994, o Sport Lisboa e Benfica tornou-se no clube com mais associados no mundo.
O Benfica é, sem sombra de dúvidas, um clube sui generis!
A contribuir para esta ideia, surge agora uma iniciativa de alguns associados. Esta iniciativa consiste numa manifestação e surge da necessidade de insurgência contra aquilo que os seus promotores chamam de "crise profunda".
No manifesto pode ler-se que o grupo é constituído por sócios indignados. Indignados com "a situação de crise profunda". Esta "crise profunda" deve-se, de acordo com quem lançou a iniciativa, depois de inúmeras promessas, à ausência de um "projecto concreto". A inexistência deste "projecto concreto" é reconhecida nas "mudanças constantes de treinadores, jogadores e perda de títulos". O objectivo da iniciativa é impedir que o mesmo suceda na próxima época.
Sinceramente, eu acho que é de louvar que os benfiquistas se preocupem e façam o que entendam ser o melhor para o Benfica. Considero igualmente que o estado de apatia em que a maioria de nós, associados do Sport Lisboa e Benfica, se tem deixado cair, é muito prejudicial para o clube. No entanto, gostava que as pessoas pensassem um bocadinho antes de tentar fazer alguma coisa.
O desejo de marcação de eleições antecipadas é, com base nos motivos evocados, simplesmente ridículo.
- A ausência de títulos não é de agora. Nos últimos 18 anos, ganhámos apenas 3 campeonatos e 4 taças de Portugal;
- A constante mudança de treinadores deveu-se, num dos casos, à iniciativa do treinador em exercício;
- O entreposto de jogadores já nasceu em 1994;
- As várias promessas (neste âmbito, leia-se "programa eleitoral") foram feitas para um triénio que ainda não terminou;
- A ausência do "projecto concreto" está por provar. A meu ver, o problema é que existe um projecto concreto, descentrado da principal razão de existência de um clube desportivo, desenvolvido por incompetentes.
Não me parece que a marcação de eleições antecipadas seja a melhor forma de não se voltar a repetir a "mesma situação" na próxima época. Que "projecto concreto" teria o Benfica na próxima época? O "projecto concreto" inexistente da direcção cessante ou o "projecto concreto" da nova direcção empossada lá para Agosto?
Esta manifestação, legítima do ponto de visto legal e estatutário mas ridícula no seu objectivo e razões apontadas, torna-se ofensiva por ser a primeira. Como é que num clube, que andou a ser roubado indecentemente por um presidente e em que sócios foram agredidos em assembleias gerais, se tenta fazer, pela primeira vez, uma manifestação devido apenas a maus resultados da equipa de futebol e que, infelizmente, já nem sequer são uma novidade?

p.s. Não precisam de mil assinaturas... dos 170 mil sócios, talvez 100 mil sejam sócios efectivos com mais de um ano de filiação, talvez 80 mil destes tenham as quotas em dia... neste caso, precisarão apenas de umas 400 assinaturas... e eu estarei lá, na assembleia, para votar contra, assim como estarei presente nas próximas eleições para votar em quem quer que seja desde que não se chame Luís Filipe Vieira e não apresente sintomas de vale-azevedite.»

Tuesday, April 15, 2008

Versões

«Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido. Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número (“Unzinho e eu ganhava a sena acumulada”), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito “sim”, dito “não”, ido a Londrina, casado com a Doralice, feito aquele teste… Agora mesmo neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz – aliás, o nome do bar é “Imaginário” – sentou um cara do meu lado direito e se apresentou.

- Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo.

E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo. Por quê? Sua vida não foi melhor do que a minha?

- Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Cheguei à seleção. Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia…

- Eu sei, eu sei… – disse alguém sentado do outro lado dele.

Olhamos para o intrometido. Tinha a nossa idade e a nossa cara e não parecia mais feliz do que nós. Ele continuou:

- Você hesitou entre sair e não sair do gol. Não saiu, levou o único gol do jogo, caiu em desgraça, largou o futebol e foi ser um medíocre propagandista.

- Como é que você sabe?

- Eu sou você, se tivesse saído do gol. Não só peguei a bola como mandei para o ataque com tanta precisão que fizemos o gol da vitória. Fui considerado o herói do jogo. No jogo seguinte, hesitei entre me atirar nos pés de um atacante e não me atirar. Como era um “herói”, me atirei. Levei um chute na cabeça. Não pude mais ser goleiro. Não pude ser mais nada. Nem propagandista. Ganho uma miséria do INPS e só faço isto: bebo e me queixo da vida. Se não tivesse ido nos pés do atacante…

- Ele chutaria para fora.

Quem falou foi outro sósia nosso, ao lado dele, que em seguida se apresentou.

- Eu sou você se não tivesse ido naquela bola. Não faria diferença. Não seria gol. Minha carreira continuou. Fiquei cada vez mais famoso, e agora com fama de sortudo também. Fui vendido para o futebol europeu, por uma fábula. O primeiro goleiro brasileiro a ir jogar na Europa. Embarquei com festa no Rio…

- E o que aconteceu? – perguntamos os três em uníssono.

- Lembra aquele avião da Varig que caiu na chegada em Paris?

- Você…

- Morri com 28 anos.

Bem que tínhamos notado a sua palidez.

- Pensando bem, foi melhor não fazer aquele teste no Botafogo…

- Nem sair do gol naquela bola…

- E ter levado o chute na cabeça…

- Foi melhor – continuei – ter ido fazer o concurso para o serviço público naquele dia. Ah, se eu tivesse passado…

- Você deve estar brincando – disse alguém sentado à minha esquerda.

Tinha a minha cara, mas parecia mais velho e desanimado.

- Quem é você?

- Eu sou você, se tivesse entrado para o serviço público.

Vi que todas as banquetas do bar à esquerda dele estavam ocupadas por versões de mim no serviço público, uma mais desiludida do que a outra. As consequências de anos de decisões erradas, alianças fracassadas, pequenas traições, promoções negadas e frustração. Olhei em volta. Eu lotava o bar. Todas as mesas estavam ocupadas por minhas alternativas e nenhuma parecia estar contente. Comentei com o barman que, no fim, quem estava com melhor aspecto, ali, era eu mesmo. O barman fez que sim com a cabeça, tristemente. Só então notei que ele também tinha a minha cara, só com mais rugas.

- Quem é você? – perguntei.

- Eu sou você, se tivesse casado com a Doralice.

- E?

Ele não respondeu. Só fez um sinal, com o dedão virado para baixo.»

Luís Fernando Veríssimo, “Versões”, do livro “Novas comédias da Vida Privada

Tuesday, April 08, 2008

Uma tal de besta

Se há coisa que me põe capaz de saltar para a frente de um carro é a estupidez de um bom jogador. Então quando é a estupidez de um jogador assim-assim, fico capaz de meter a cabeça no forno. Vem isto a propósito de umas declarações a dar para o imbecil de um tal de Nélson, que - parece - joga na lateral direita da equipa do Benfica. Um tipo que foi contratado estava eu e uns amigos a beber copos às tantas da manhã. Alguém leu e telefonou, mandou mensagem? Já não me lembro. Alguém apareceu com a boa nova: "O Nélson é nosso!", disse alguém. Entreolhámo-nos, benfiquistas à volta de uma mesa com uma espiral de copos vazios de cerveja (talvez gin-tonic e whisky também por lá andassem), e fizemos a pergunta que, obviamente, se impunha: "Mas quem é esse gajo?". Era um gajo do Boavista. Esse tal de Nélson jogou o primeiro jogo e logo vimos nele o próximo Cafu, melhor, o Cafu com pé esquerdo. Aquilo era cruzamentos de esquerda, direita, nem sei se o homem não chegou a cruzar de cabeça. Todos de uma qualidade que dava para um gajo perguntar se estava a ver o Benfica ou o Milan. O homem fez um jogo em Villarreal tão bom tão bom que dava a sensação de que a conta bancária desse ano iria aumentar aí nuns 50 milhões de euros, no final da época. Na época seguinte, apareceu nos treinos do Seixal outro gajo: um tal de Nélson. Um gajo mais ou menos rápido, péssimo a defender, HORRÍVEL a cruzar e, acima de tudo, tinha uma qualidade excepcional: quando chegava ao meio-campo decidia adiantar a bola e começar a correr atrás dela. Geralmente ia cruzá-la 20 metros depois dos placards publicitários, ali entre o último centímetro de relvado do Estádio da Luz e a primeira cadeira vermelha onde, estranhamente, nunca estava ninguém sentado. Passou este tal de Nélson uma época inteira a tratar mal a bola e a reclamar com os colegas. Chegado o Verão, o desespero era tanto que para substituir esta aventesma, o Benfica foi buscar uma aventesma pior (mas que se julgava ser um bocadinho melhor), um tal de Luís Filipe. O outro, o Nélson, parecia estar tão deprimido que o "Record" chegou a noticiar (não se sabe se uma notícia fidedigna) que Chalana lhe apresentou um belíssimo Psicólogo, conhecido por recuperar cabeças de perdiz e cérebros de milhafre. Também tinha um bom currículo na arte de recuperar capacidades "cruzamentais" nos jogadores. Não se sabe se Nélson aceitou o repto, mas a verdade é que Luís Filipe saiu da equipa (diz-se que também começou, a partir daí, a frequentar as mesmas sessões) e lá começou o tal de Nélson a jogar. Assim-assim. Nem bom nem mau, estão a ver? Bem pelo contrário. Ora, estávamos nisto, neste assim-assim, uns dias sim, outros não, quando o tal de Nélson vem a público dizer isto: "Sou ambicioso e o desafio [jogar no estrangeiro] seria enorme. Mas sinto-me preparado, pois não tenho medo de jogar numa grande Liga da Europa". Mas isto agora é assim, é? Já não é só com os gajos bons (não digo muito bons, porque carne dessa os nossos dentes não sentem há muito tempo) que nos temos de preocupar? Agora até os assim-assim abandonam-nos por dá cá aquela palha? Eh pá metam-me lá. Eu levo uns amigos. Raios me partam se a gente quer "desafios" ou jogar em "Ligas da Europa". Não prometo resultados. Mas raios me partam todo aqui e agora se a gente queria sair do Benfica!

Thursday, April 03, 2008

Às vezes faz-me falta alguém a quem dar rosas.

Ai Portugal, Portugal, de que é que tu estás à espera?

Sinceramente, começo a perder o interesse por certas coisas no futebol. Não que estivesse à espera de uma pena pesada para o F.C.Porto, porque não estava; até fiquei surpreendido que tenha aparecido a Liga a poder castigar o clube, mesmo que com uma pena absolutamente ridícula e bastante ajustada à realidade para que não suspeitemos dos reais interesses que estarão por detrás desta sentença (?). Enfim, acho que estou a começar a perder o interesse no futebol ou em certas coisas do futebol. E é uma junção de factos: um Benfica deprimente, sem lei, sem organização, sorumbático, com um Presidente que mente, engana, atraiçoa os adeptos, fá-los de parvos e sorri, sem que ninguém o questione das razões de tão evidente gozação com todos nós, que amamos e choramos e rimos e sofremos pelo Benfica. É este Benfica e esta merda deste país que tem uma justiça ajustada ao século XV, em que as leis estão desajustadas da realidade, em que os homens que as fazem, fazem-nas para salvaguardar futuros problemas. E então estamos nisto. Nesta lama, nesta água suja. Por um lado, o desencanto desde clube que morreu; por outro o desencanto de um país que teima em não acordar.

Vou ouvir o Camaron de la Isla.