Há coisas que eu não entendo: os meus olhos vêem, de facto, na televisão imagens de carros queimados nas ruas de Paris; os meus ouvidos ouvem, com toda a certeza, que os responsáveis por esses mesmos actos são os que não aceitam que Sarkozy tenha ganho as eleições; sinto que a notícia é invariavelmente dada como “apenas” mais uma confusão gerada por um núcleo “pequeno” de arruaceiros e dizem-me que, na sua maioria, o grupo é constituído por imigrantes em França que – ressalve-se o subtil pormenor – dias antes tiveram o direito de exercer a sua opinião, votando em quem bem quisessem e em quem achassem que defenderia da melhor forma os seus interesses.
A juntar a esta informação que me chega aos sentidos diariamente há também o passado político e ideológico de quem comete a façanha: gente que defende a igualdade entre os vários grupos culturais e étnicos da França de todas as liberdades; que defende, acima de tudo, o valor da democracia.
Penso. Juro que penso. Reflicto, mas há qualquer coisa que persiste em conflito. Será que queimar carros todos os dias é uma forma legal de afirmar convicções? – fico ruminando, ingenuamente, enquanto os órgãos de comunicação vão procurando atenuar a notícia.
A juntar a esta informação que me chega aos sentidos diariamente há também o passado político e ideológico de quem comete a façanha: gente que defende a igualdade entre os vários grupos culturais e étnicos da França de todas as liberdades; que defende, acima de tudo, o valor da democracia.
Penso. Juro que penso. Reflicto, mas há qualquer coisa que persiste em conflito. Será que queimar carros todos os dias é uma forma legal de afirmar convicções? – fico ruminando, ingenuamente, enquanto os órgãos de comunicação vão procurando atenuar a notícia.
Eu já disse várias vezes que não tenho escolha política. Não quero. Cheira mal. Sabe-me a azedo. Eu não hei-de chutar com o pé direito nem receber a bola de pé esquerdo, estou, aliás, bastante fatigado com esta questão de ter de ser de alguma coisa, de ter de escolher. Eu não escolho e não me importo nada com isso. Mas façam-me um favor: se é para reprimir idiotas, ao menos reprimam com método.
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