Devo dizer que há já alguns anos que me irrita profundamente aquela ideia parola que os nossos comentadores tendem a vangloriar à punheta que, basicamente, defende que os adeptos ingleses é que são uns gajos que percebem de futebol. E isto porquê? Pois bem, como estes iluminados nos querem fazer crer, parece que os gajos são os melhores do mundo porque cantam mesmo quando a sua equipa está a levar 4 batatas na tromba. Eu, se não fosse parvo, diria que estar a levar 4 secos em casa não é lá grande coisa que me puxe a garganta para delírios vocais. Se eu não fosse completamente burro e mau adepto, diria mesmo que cantar quando a minha equipa está a perder por 4-0 é... estúpido. Mas mais do que a estupidez que se revela nessa espécie de coro da tristeza, é aquela sensação que um adepto burro como eu tem de que os gajos britânicos não estão nada a ser bons adeptos mas a dar uma de civilizados porque em todo o mundo toda a gente fala neles como o exemplo a seguir. E devo dizer, com todo o respeito que gajos bezanos sempre me merecem, que essa atitude é de uma parolada sem par. Eu no ano passado, quando estava na Luz a ver o Benfica enfardar 3 da Académica, estava muito pouco virado para desatar a cantar e a puxar pela equipa. Desconfio até que, se começasse a cantar, alguém ao meu lado puxaria de um cartão de sócio e, como um cartão a passar na ranhura, me rasgaria o cérebro como manteiga quentinha. Viva o direito a estar deprimido.
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