Monday, October 13, 2008

Um caso de bipolaridade

Eu sempre gostei do Quaresma e acho-o um jogador fora de série - em termos de criatividade, acima do Ronaldo, claramente. Não deixo é de criticar aquilo que se vê. E aquilo que se viu, tirando um ou outro lance em que decidiu bem, foi uma atitude estúpida que podia ter valido muito caro à Selecção, se ficássemos em inferioridade numérica e uma péssima decisão nos últimos minutos de jogo, quando decidiu rematar com outras soluções bem mais inteligentes. Há quem defenda a tese imbecil de que "um avançado remata à baliza", como se a solução de passar a bola fosse estúpida só porque se está com a mira apontada. Acho essa teoria das coisas mais aberrantes que já li, vi e ouvi sobre futebol. E continuo a achar, mesmo em peladinhas (nas quais me criticam "Eh pá Ricardo, tu não rematas à baliza, passas sempre!"), que se eu estiver de frente para o guarda-redes, isolado, e tiver um gajo da minha equipa ao lado, o melhor é simular que remato, fazer cair o guarda-redes e meter para o meu companheiro, mas isto sou eu. Aliás, há cerca de uma semana saiu no "A BOLA" um texto do LFL sobre essa temática, referindo-se, na altura, ao Marcelinho da Naval e a uma situação idêntica. Dizia ele, Freitas Lobo, que por vezes ficar mais perto do golo é não rematar. Concordo totalmente. E isso o Quaresma algumas vezes parece não querer ver.

Quanto a ele ser genial, não tenho dúvidas sobre esse aspecto. Até acho que é uma ofensa alguém dizer que o Quaresma não o é.

2 comments:

Gonçalo said...

Ok, concordo totalmente. No entanto, diz-me uma coisa( e, se puderes, explicar a tua preferência): entre o Nuno Gomes, e Liedson, qual escolhias?

Um abraço.

Ricardo said...

Dependia do que queria. Se quisesse um homem-golo claramente Liedson; se quisesse alguém para apoiar um avançado, com experiência e inteligência em campo, Nuno Gomes. O mais curioso seria vê-los juntos. Talvez fosse uma boa surpresa.