Thursday, May 26, 2011

As silly seasons

Sou aquele tipo de energúmeno que chegou tarde ao fenómeno das séries. Sempre fui um vagabundo em frente à televisão: pouco fiel, pouco fiável; bastava um qualquer rabo de saia (que é como quem diz: um qualquer anúncio extraordinário) para que desistisse do programa aclamado pela maioria.
Nunca segui as séries anos a fio, esperando religiosamente todas as semanas um novo episódio - nem percebo quem consegue tal feito. Dava em doido se o fizesse. Para mim, agora que cheguei definitivamente ao mundo do seriado (gosto tanto deste lado rede record em mim), não há nada como sacar uma série no isohunt e vê-la de enchofrada (inventei agora mas parece-me ter futuro) pela madrugada adentro.
Foi assim que, nos últimos 5 meses, arrasei com o Weeds, House, Curb your enthusiasm, Sopranos e agora estou a dois do fim do Lost. Deixem-me falar-vos do Lost: uma grande ideia de gente sem unhas para manter os pratos todos no ar. Ainda não vi o final, estou a adiar para ter mais gostinho, mas esta última temporada é daquelas coisas que não deixam dúvidas a ninguém: os homens já não sabem o que fazer com aquilo, então inventam, metem coisas novas, coisas estúpidas, coisas impensáveis, coisas anormais, coisas. Para que no fim uns idiotas achem que aquilo é genial e misterioso. Chegou a ser, sim. Nas primeiras temporadas. Ah as primeiras temporadas do Lost (vêem como entrei nisto de forma apaixonada?).
A minha mulher diz-me que eu vivo as séries como uma paixão assolapada, nunca como um amor que dura no tempo. Diz que vivo em obsessão. Concordo. Mas eu também tenho mais que fazer do que andar a amar um gordo careca mafioso, uma gaja boa que vende droga, um careca judeu, um médico drogado ou um conjunto de paspalhos que vêem um fumo negro e descobrem o segredo miraculoso da existência.
E agora vou ali acabar de ver aquilo que é para, como um bom romance de férias, me esquecer logo a seguir.

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