Thursday, May 26, 2011

Olhó tuga nas Américas!

"Portuguese Day" em Wall Street. Parece que estou a ver o Teixeira dos Santos com umas chouriças ao pescoço a atirar sandes de torresmos aos engravatados lá em baixo, enquanto canta o Fado da Mariquinhas com um lenço do Minho na cabeça. As pingas do chouriço a cair nas cabeças dos americanos e um cheiro a queijo de Castelo Branco por todo o anfiteatro. "Disgusting!", diz um americano menos sensível às peculiaridades dos convidados. "Tá calado, filho da puta, antes que te enfie um pau de marmeleiro pelo wall street acima!", reage Teixeira dos Santos, visivelmente alterado por aquela falta de respeito e hospitalidade duvidosa. Nisto, parte tudo para a violência! Saltam alheiras de Mirandela, leitões aos guinchos, gente a fugir de um javali em fúria, o Nasdaq em perigo, os computadores pelo chão, dois beirões em cima dos plasmas a cortar nacos de presunto, um cheiro pestilento fruto de um alívio anal de um minhoto mais dado aos desvarios das couves tronchudas. "We have to get out of here fast! Follow me!", aponta o Rei de Wall Street, enquanto se desvia de um Galo de Barcelos em fúria. "Falas de mim? Tu falas é da puta da tua mãe, americano do caralho!", grita um boi barrosão que tranquilamente comia as impressoras, os faxes e os iphones. Broas de milho, pães de Mafra, bolas, paposecos, carcaças, uns atrás dos outros lançados pela facção dos alentejanos que por esta altura tinham aberto o garrafão de tintol no meio da arena e aprestavam-se para abrir o cestinho de verga com o farnel completo. "Do you have any kind of cheese, portuguese little guy?", questiona um engravatado já com o cabelo coberto de queijo da serra e a gravata encharcada pela gordura do presunto de Lamego. "Vai comer para o caralho, pá, isto é só para a gente" e atira o americano borda fora para a rua, onde foi atrolepado por um táxi que o deixou feito linguiça. Quando chegaram as televisões, Teixeira dos Santos, ainda desgrenhado, sujo dos pés à cabeça, com um bacalhau na mão e pedaços de feijoada a escorrerem-lhe pelo cabelo, muito calmamente afirmou: "acho que está na altura de irmos todos para casa".

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