Tuesday, December 19, 2006
Ruy Belo
a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhaste nestes súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor
e me sentia só e no cabo do mundo
Contigo fui cruel no dia a dia
mais que mulher tu és já a minha única viúva
Não posso dar-te mais do que te dou
este molhado olhar de homem que morre
e se comove ao ver-te assim presente tão subitamente
Mas que sei eu
Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo
Thursday, November 30, 2006
Como assim ó meu deus de Vasconcelos?
A morte de Mário Cesariny não é apenas a morte de um homem. Não é apenas a morte de um poeta, a morte de um pintor ou a morte de um rebelde. A morte de Cesariny traz consigo a sombra sobre um período profundamente criativo na poesia e nas ideologias entre os meios intelectuais (e não só) de um país que gritava, de entre os escombros de ideias mortas ou apenas revestidas de boçalidades.
Cesariny, dos surrealistas foi sempre o mais surrealista; de entre os homens foi sempre o mais homem – ainda que haja pessoas a confundir a homossexualidade com o estatuto de um ser, como género. De entre os bélicos, o mais bélico e – por que não? – de entre os mais belos, o mais belo. Com sentidos vários e em várias direcções.
Por isso, a morte de Cesariny não é apenas um poema morto, um quadro não visto, uma conversa a menos no Gelo em fogo que também já desapareceu como conceito.
A morte de Mário («como assim Cesariny, como assim ó meu deus de Vaconcelos?») é a morte de uma ideia.
Tuesday, November 28, 2006
Princesa
Percorrer sozinho a cidade, sem pressa. Subir escadas, ver varandas, descer ruelas, entrar em becos, abrir-me ao azul numa reentrância que serve de janela para o rio. O Tejo sempre presente, às vezes apenas um rectângulo ao comprido, por entre paredes lambidas por fantasmas molhados que são a roupa. Não há meio desta cidade ser organizada. Ela "canta sonhos" por isso mesmo - é a sua morfologia de princesa titubeante que lhe dá a graça...
Sunday, September 24, 2006
Não podia concordar mais...
«A guerra acabou George Steiner, um dos últimos casos de cultura e civilidade que interessa ler com atenção, escreveu recentemente um breve ensaio. Sobre a idéia da Europa, intitulado "A Idéia da Europa". Ambição estimável: mostrar como a Europa possui uma unidade cultural e até espiritual que a distingue dos outros cantos do globo. Para Steiner, a Europa, a sua Europa (que, de certa forma, é minha também), surge como herança maior de Atenas ou Jerusalém, ou seja, como herança maior do pensamento racional e das grandes teologias judaico-cristãs. É igualmente um espaço que é possível calcorrear a pé, permitindo um confronto permanente com praças ou pracetas, ruas ou avenidas, que transportam no nome um pedaço de história ou memória. Como se houvesse em cada esquina a sombra inapagável de um passado de mortos. Mas a Europa é também a Europa dos "cafés": ao contrário do "pub" inglês ou do bar americano, os cafés da Europa não são apenas locais utilitários de bebida ou refeição. São espaços de encontro, romance, discussão ou criação. Espaços de fumo e bebida. Vadiagem, malandragem. E em cada café da Europa existe também a presença invisível dos que o habitaram: Kraus em Viena; Pessoa em Lisboa, Sartre em Paris; e porque a ficção se mistura tantas vezes com a realidade, os gangsters de Isaac Babel nos cafés de Odessa. Porque a Europa dos cafés estende-se da Lisboa de Pessoa à Odessa de Babel. Leio o pequeno livro de Steiner e não posso deixar de sentir uma certa nostalgia. A descrição do autor talvez seja útil para entender a Europa. Mas que Europa? A Europa do passado? Sem dúvida. Mas sobre a Europa do presente, o sábio George está equivocado. Não apenas pelo declínio cultural que a Europa conheceu depois da Segunda Guerra Mundial, quando o "espírito do tempo" emigrou para Nova York, e não mais para Londres ou Paris. Mas porque na Europa, e sobretudo na Europa dos cafés, dificilmente encontramos o ambiente físico e espiritual que Steiner retrata. A vida intelectual é hoje essencialmente solitária e privada, onde os escribas vão cultivando os seus feudos, e os seus ódios, sob a luz triste da existência suburbana. E sobre beber ou fumar, a maioria dos cafés do continente já foi abolindo o último vício, esperando-se que se ocupe agora do primeiro. Os cafés da Europa serão, a prazo, jardins infantis. O "espírito do tempo" não emigrou apenas para outras paragens. Ele foi destruindo uma cultura de adultos, entregando as rédeas do mundo à ideologia patética da juventude. Não admira, por isso, que o último passo tenha sido dado nos últimos dias: uma empresa irlandesa publicou um anúncio de emprego. E estabeleceu: fumantes escusam de se candidatar. De acordo com o diretor da empresa, pessoas que fumam não revelam a inteligência necessária para trabalhar no covil irlandês. E cheiram mal. E são insuportáveis para terceiros. O gesto indignou algumas consciências políticas e uma eurodeputada britânica resolveu levar o caso à Comissão Européia, que pastoreia e vigia a vida do continente. Será legítimo excluir do trabalho alguém que fuma? A Comissão respondeu afirmativamente: a Europa proíbe a discriminação no emprego com base na raça ou etnia; na deficiência; na idade; na orientação sexual; na religião ou nas crenças. Mas não necessariamente quando uma empresa faz juízos objetivos sobre escolhas individuais. O problema já não está na mera possibilidade de proteger os não-fumantes do vício de terceiros, disponibilizando espaço próprio para os últimos. O problema está, tão só, na mera existência dos viciosos, que devem ser erradicados da paisagem comum. Por favor, escusam de me enviar mensagens indignadas. A guerra acabou e, de certa forma, vocês, fanáticos, venceram. A luta contra o tabaco nunca foi uma luta pela saúde dos "passivos" (o que seria compreensível). Foi simplesmente uma luta contra a liberdade individual em nome de uma utopia sanitária: os fanáticos não desejam apenas que o fumo não os perturbe; desejam que a mera existência de um fumante também não. É a intolerância levada ao extremo e servida numa retórica simpática e humanista. E agora com cobertura legal. A prazo, essa luta não irá ficar apenas pelo fumo: pessoas gordas; pessoas que bebem; pessoas que desenvolvem atividades sexuais promíscuas; pessoas inestéticas; pessoas que não se adaptam à cartilha higiênica das patrulhas serão enxotadas, como ratazanas da espécie, de qualquer presença visível numa sociedade crescentemente dominada pelo culto da saúde. Seremos como as tribos primitivas, elevando o corpo a um novo deus. Caprichosos e cruéis. George Steiner, no mesmo ensaio, afirma que a Europa só não morrerá se souber preservar as suas "autonomias sociais": línguas, tradições, liberdades, excentricidades. E, citando o célebre dito de Aby Warburg, relembra que "Deus está nos detalhes". Pobre George. Pobres de nós. De que vale o otimismo de um sábio quando os bárbaros são recebidos como heróis?» João Pereira Coutinho, Folha Online |
Tuesday, September 19, 2006
Monday, September 18, 2006
SL Benfica - 1 Nacional - 0
Amigos, tenhamos esperança. O Benfica jogou de camisola vermelha e calções brancos. Logo, subiu a produção de jogo. É irrefutável: o Benfica joga com o equipamento tradicional, joga bem (ou quase). Forçado, Fernando Santos abdicou do conservador sistema de dois trincos e... ganhou com isso. Karagounis e Nuno Assis à frente do competente Katsouranis; Simão e Paulo Jorge nas alas em apoio ao (pela primeira vez titular) mexicano Kikín Fonseca. Se Fonseca não demonstrou capacidade (falta de entrosamento? desadaptação ao futebol europeu?) para ser titular do Benfica, Karagounis (de rejeitado a titular) mostrou que é um jogador dificilmente abandonável por qualquer treinador com cérebro. A princípio meio perdido em campo, sem saber muito bem se era um 6, um 8 ou 10, rapidamente o grego descobriu a sua melhor zona de acção e fez jogar a equipa, com a mais-valia de soltar Nuno Assis para um grande exibição. Gosto de coração de Karagounis. Além da capacidade técnica, tem um jogar potente, de vontade, de garra, que encaixa nas características históricas do jogo benfiquista. É um elemento importante para a época, mesmo que nem sempre jogue de início. Já se sabe que Rui Costa - quando em boas condições - será o dono do lugar 10, mas parece-me que Karagounis não é, nunca foi e não será um playmaker; antes, um 8, um elemento de defesa e ataque, soltando o 10, um Maniche, um Tiago, um Lampard. Não tenho grandes dúvidas de que é essa a sua posição. Assim Fernando Santos tenha cérebro. Quanto à equipa do Benfica, no todo, não fez um jogo deslumbrante, mas jogou o suficiente (ou mais?) para ganhar, e por mais de um golo. Precupante, talvez, a incapacidade para finalizar na segunda parte. É certo que Simão vem em crescendo (aquela perdida no final do jogo prova-o), que os níveis de motivação não estavam altos, mas - por amor do santo!?!? - tanta produção para um único golo? É pouco. Queremos mais. Quim (6) - Seguro. Com a confiança do treinador, o internacional português está moralizado. E moralizado, Quim é um grande guarda-redes. Sem muito trabalho, quando foi preciso aplicou-se e esteve bem. Alcides (5) - Uma exibição esquizofrénica. Se é certo que o brasileiro subiu muitas vezes no terreno, dando profundidade ao ataque encarnado, não é menos certo que perdeu algumas bolas e falhou dois golos (um deles escandaloso). Bipolar. Luisão (8) - Se não tivesse feito mais nada, o único golo do jogo dar-lhe-ia razão para uma nota positiva, mas Luisão fez mais. Muito mais. Intransponível é o adjectivo. Excelente jogo (mais um). Em grande forma, o internacional brasileiro. Anderson (6) - Competente. Sem deslumbrar, fez o seu trabalho, sem histerias. Parece, de qualquer forma, menos interventivo que o Anderson da época passada. O jogo do Bessa pode ter deixado marcas. Léo (7) - Tal como Alcides, uma exibição bipolar. Na primeira parte, defendeu mal e não atacou. Na segunda parte, uma exibição perfeita. Como o que fez na segunda parte supera e muito o que não fez na primeira parte, uma nota acima da média. Com Simão, faz da ala esquerda, um lugar de magia, velocidade e perigo. É um grande jogador. Pena não ter 20 anos. Katsouranis (6) - É um bom jogador, não há dúvidas sobre isso, mas denotou algum cansaço. Recuperou muitas bolas, mas nem sempre as entregou da melhor forma. Importante, no entanto, vê-lo mais jogos a jogar só, na posição de trinco. O Benfica parece ganhar com um único homem a jogar nessa posição. Um deles terá de ser preterido. Karagounis (7) - Forte, decidido, pragmático, boa capacidade técnica. O grego que saltou da depressão para o campo de futebol, trouxe ao Benfica bom poder de luta e visão de jogo. É um jogador de progressão. O gladiador é importante para o Benfica 2006/2007. Só um cérebro morto não o compreende. Nuno Assis (8) - Tantas vezes incompreendido, Assis mostrou-se tal qual é: um bom 10; um bom tecnicista, com excelente visão de jogo, bom passe e (surpreendentemente!) excelente forma. Correu quilómetros; fez jogar quilómetros. A alternativa a Rui Costa ou ... vice-versa. Excelente exibição. Paulo Jorge (6) - A garra do costume, a entrega, a abnegação, mas também a mesma falta de eficácia. Muito mal na concretização mais uma vez (após passe de Nuno Assis), Paulo Jorge manchou a correria e dignidade que manteve durante todo o jogo. Parece ser, de qualquer forma, melhor opção que Manu. Simão (7) - Ainda sem o ritmo que se lhe exige, Simão revolucionou o futebol encarnado. É um jogador de eleição, e o Glorioso precisa dele. Excelente nas bolas paradas (uma delas deu o único golo do jogo), a subir no um-para-um, corre para o jogo contra o Manchester. O capitão está de volta. Pena não ter marcado. No último minuto, então, era só encostar... Kikín Fonseca (5) - Fraco. Lutou, mas sem demonstrar capacidade para fazer frente aos centrais do Nacional e... a Nuno Gomes e Miccoli. Falta-lhe capacidade para surpreender. Pode ser que não esteja ainda habituado ao futebol português. Ou não. Miccoli (3) - Pouco tempo em campo. Lutou, está mais leve, mas longe do grande jogador que é. Um remate que um defesa madeirense interceptou e pouco mais... Mantorras (3) - Pouco tempo, também. Conseguiu, ainda assim, fazer mais do que o mexicano: uma cabeçada em direcção à baliza. O São Pedro desta vez não empolgou o público. Miguelito (2) - Nervoso, perdeu algumas bolas; esteve, no entanto, bem em dois cruzamentos. Precisa de minutos. |
Sunday, September 17, 2006
The English Patient, 1996, Anthony Minghella
Katharine Clifton: My darling. I'm waiting for you. How long is the day in the dark? Or a week? The fire is gone, and I'm horribly cold. I really should drag myself outside but then there'd be the sun. I'm afraid I waste the light on the paintings, not writing these words. We die. We die rich with lovers and tribes, tastes we have swallowed, bodies we've entered and swum up like rivers. Fears we've hidden in - like this wretched cave. I want all this marked on my body. Where the real countries are. Not boundaries drawn on mapswith the names of powerful men. I know you'll come carry me out to the Palace of Winds. That's what I've wanted: to walk in such a place with you. With friends, on an earth without maps. The lamp has gone out and I'm writing in the darkness. |
Sunday, September 03, 2006
Quero Voar, José Gomes Ferreira
Quero voar - mas saem da lama garras de chão que me prendem os tornozelos. Quero morrer - mas descem das nuvens braços de angústia que me seguram pelos cabelos. E assim suspenso no clamor da tempestade como um saco de problemas - tapo os olhos com as lágrimas para não ver as algemas. (Mas qualquer balouçar ao vento me parece Liberdade) |
É Talvez O Último Dia Da Minha Vida, Alberto Caeiro
Thursday, August 31, 2006
Un año después de ya no verte, Juan Luis Panero
Olor de solitario y soledad, cama deshecha, cegados ceniceros en esta tarde de domingo, helado soplo de noviembre en el cristal y un vaso medio lleno de cansancio. Te escribo por hacer algo más inútil aún que pensar en silencio o imaginar tu voz, o escuchar una música herida de recuerdos, o pedir al teléfono un absurdo milagro. «Este es el corrido del caballo blanco que en un día domingo feliz arrancara.» Este es el corrido pero nadie canta y un muerto con mi nombre, vestido con mis trajes, me saluda y observa por los cuartos vacíos, me mira en la distancia como si fuera un niño y acaricia en sus dedos un rastro de ternura. Sobre su frente inmóvil va cayendo tu nombre y humedece sus labios una lluvia perdida. Olor de soledad y humo de aniversario mientras busco, dolorosamente trato de recordar, tus dos ojos insomnes con su vaho de mendigo, devorando su luz, ahogando su locura. Tus dos ojos como picos de presa que se clavan y rasgan y desgarran la piel de nuestro amor. Soplo de embriagado recuerdo, agria melancolía rescoldo que tu lengua aún enciende en estas horas de strip-tease solitario en que celebro en tu derrota todas las derrotas. Un año después y tu pelo, tu largo pelo ardiendo desbocado entre mis manos, clavado para siempre en esta almohada, recorriendo esta casa, sus rincones y puertas, como un viento insaciable que buscase su fin. Un año después de ya no verte, definitivamente talando en tu memoria, qué real sigues siendo, qué difícil herirte. La sosegada certidumbre de esta mesa en que escribo puede tener la pasión estremecida de tu piel y la ropa que el sillón desordena puede ahora ocultar el temblor de tus pechos. Sobre tu sexo abierto y tus muslos de arena, sobre tus manos ciegas que persiguen la noche, qué triste es el cuchillo, qué aciaga su hoja. Un muerto con mi nombre y mis uñas mordidas, un cadáver grotesco, me dicta estas palabras, me señala en los cuadros, en la pared manchada, el destino de hoy, de este día cualquiera, al borde de mi vida, al borde del invierno, al borde de otro año que empieza con tu ausencia, al borde de mis ojos y tu voz que ahora escucho. Un año después de ya no verte, mientras te escribo, odiando hasta la tinta, en esta tarde de noviembre, olor de solitario y soledad, helado soplo en el cristal vacío. Un muerto. |
Clarice Lispector (1920-1977)
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo." |
Monday, August 28, 2006
Há mulheres que nos fascinam (2)
2001 .: Medalha de Prata por equipas no Campeonato da Europa de Duatlo (Mafra - POR) - Juniores Femininos; .: 18ª no Campeonato da Europa de Triatlo (Carlsbad - CZE) - Juniores Femininos; 2002 .: 4º Lugar no Campeonato do Mundo de Triatlo (Cancun - MEX) - Juniores Femininos; .: 34ª Classificada na Taça do Mundo de Tizjausvaros (HUN); .: 29ª Classificada na Taça do Mundo de Nice (FRA); .: 12ª Classificada na Taça do Mundo do Funchal (POR); .: Medalha de Bronze no Campeonato da Europa de Triatlo (Gyor - HUN) - Juniores Femininos; .: Medalha de Bronze no Campeonato da Europa de Duatlo (Zeitz - GER) - Juniores Femininos; 2003 .: 9ª Classificada na Taça do Mundo de São Petersburgo (EUA); .: 10ª Classificada na Taça do Mundo de Ishigaki (JPN); .: 9ª Classificada na Taça do Mundo do Funchal (POR); .: 3ª Classificada na Taça do Mundo do Rio de Janeiro (BRA); .: 3ª Classificada na Taça do Mundo de Cancun (MEX); .: Vencedora da Taça do Mundo de Madrid (ESP); .: Vencedora do Triatlo Internacional do Estoril (POR); .: 2ª Classificada no Triatlo Internacional da Praia da Vitória (POR); .: 5ª Classificada nos Jogos Mundias de Verão - Santos (BRA); .: Medalha de Prata no Campeonato da Europa por Equipas Juniores Femininos - Carlsbad (CZE); .: Medalha de Bronze no Campeonato do Mundo de Triatlo Juniores Femininos - Queenstown (NZL); .: Campeã do Mundo de Duatlo Juniores Femininas - Affoltern (SUI); .: Campeã da Europa de Triatlo Juniores Femininas - Carlsbad (CZE); 2004 .: Campeã Nacional de Triatlo 2004; .: Vencedora da Taça do Mundo do Rio de Janeiro (BRA); .: Vencedora da Taça do Mundo de Madrid (ESP); .: 8ª Classificada nos Jogos Olimpicos Atenas 2004; .: Campeã da Europa de Triatlo Sub23 Feminina - Tiszaujvaros (HUN); .: 5ª Classificada no Campeonato de Mundo Elite - Funchal (POR); .: Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Valência (ESP); 2005 .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de New Plymouth (NZL); .: Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Lausanne (SUI); .: Campeã da Europa de Triatlo Sub23 Feminina - Sófia (BUL); .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Pequim (CHN); .: 4ª Classificada nos Campeonatos do Mundo de Triatlo de Gamagori (JPN); .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Madrid (ESP); .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Mazatlán (MEX); 2006 .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Corner Brook (CAN); .: 5ª Classificada no Life Time Fitness Triathlon (USA); .: Campeã da Europa de Triatlo Sub23 Feminina - Rijeka (CRT); .: Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Autun (FRA); .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Madrid (ESP); .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Mazatlán (MEX); .: Vencedora da Taça da Europa de Triatlo do Estoril (POR); .: 3º Lugar no Campeonato Nacional de Corta Mato Longo - Guimarães (POR); .: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Aqaba (JRD); Vanessa Fernandes é uma atleta de excelência. Pelas medalhas, prémios e vitórias, mas também por ter em si valores como a humildade, o respeito, a educação e a simplicidade. Esses não se treinam. É por isso que é uma campeã. É do Benfica e tem 20 anos. |
Tuesday, August 22, 2006
Poema - Pai
Já o poema começa ondulando por entre as palavras e a saliva dos afectos procura já o seu destino. Caminho no interior das suas veredas. amparo, sôfrego, os seus estilhaços; reagir é amar por dentro. longe, vejo o olhar onde se encontraram, um dia, sábio e aprendiz. Cada gesto a génese; livres caminham os dias dentro do tempo em que o tempo é mais verdadeiro; inicio, repetidamente, rua após rua a mesma forma de ternura. São, afinal, os mesmos olhos incrédulos latejando sintomas vermelhos entre genéticas que espantam o mundo. indiferentes, seguimos reagindo ao tic tac do relógio imóveis na comoção dos instantes. há em nós a eterna dúvida de sermos “apenas” homens. Ricardo Silveirinha ("22 de Agosto - Dia de anos do meu Pai") |
Wednesday, August 16, 2006
Sunday, August 13, 2006
98.1
Friday, July 28, 2006
Pedro, Lembrando Inês
Em que pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia Dizer “ Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios?” Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor, ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo ele que mal corria quando por ele passámos, subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar: com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu: a primavera luminosa da minha expectativa, a mais certa certeza de que gosto de ti, como gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste. Nuno Júdice In Pedro Lembrando Inês |
Wednesday, July 26, 2006
Rembrandt van Rijn (1606-1669)
Há mulheres que nos fascinam
Maruja Torres é uma escritora e cronista espanhola. Conheci-a através dos seus escritos no jornal "El País", nesses tempos idos em que trabalhei com extintores na belíssima, linda, única, deslumbrante, fascinante Salamanca. O nome dela, apesar destes anos de distância, nunca me saiu da cabeça. Impossível. A escrita era de tal forma arrebatadora e pungente que nem necessário foi escrevinhar o seu nome num papelinho, assim à deixa-cá-ver-se-escrevo-isto-para-depois-não-me-esquecer. Numa pesquisa sobre a autora, deparo-me com este título de um livro seu: Hombres de lluvia. É preciso dizer mais alguma coisa? |
O incrível futuro
Hoje, alguns desses escritores estão na pré-primária que há no outro lado da rua onde vivo. Cruzo-me com eles muitas vezes. Têm chapéus amarelos, presos com elásticos por baixo do queixo, e atravessam na passadeira, de mãos dadas, em filas de dois, quando a educadora de infância decide levá-los a passear. Hoje, muitos desses escritores ainda não nasceram. Neste momento preciso, há namorados a imaginarem nomes para os filhos que não sabem se vão ter: se for menino, se for menina. É mais difícil encontrar nomes para rapazes, dizem. (…)»
- José Luís Peixoto (Jornal de Letras)
«Há muitas coisas que percebo que não sou, mas dizer exactamente o que sou não consigo. Tento, dia a dia, ganhar o título de ser uma pessoa. E já não é pouco.»
- José Luís Peixoto (Notícias Magazine)
«Penso que o amor é muito difícil. Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é. A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são. No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar. E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer.»
- José Luís Peixoto (Notícias Magazine)
Monday, July 24, 2006
Saturday, July 22, 2006
Acordei atordoado com o conteúdo do sonho que tivera, mas, simultaneamente, com uma plenitude própria de ter recebido uma mensagem que me era destinada.
Se o atordoamento tem justificação (quantos vezes acordamos de um sonho petrificados com o final do mesmo?), já a ideia de os sonhos serem constantes mensagens que o cérebro nos envia com a intenção de nos poupar sofrimentos (neste caso?), ou outro tipo de mensagens, deixou-me primeiro em êxtase, seguindo-se, rapidíssima, a total estupefacção.
Resumindo: acordei e tive duas sensações: estava atordoado pelo conteúdo do sonho e resignado pela forma como chegou até à minha consciência.
O irónico é que, acabado o período autista que surge quando abrimos os olhos, os papéis mudaram de lado.
Do atordoamento provocado pela mensagem propriamente dita, passei a uma compreensão e aceitação do conteúdo; por outro lado, a sensação de plenitude por saber o meu cérebro a funcionar correctamente, deu lugar à indignação e incompreensão.
Como pode o cérebro, animal vicioso e depravado, enviar mensagens directamente para os nossos sonhos, sem aviso prévio? E serão fiáveis essas mensagens? O que é que o cérebro sabe, que eu não sei? Tudo isto é perturbante…
Tendo em conta que o cérebro (entidade divina do corpo) faz parte de mim, e que sou constantemente surpreendido através dos sonhos, o que se pode (e deve) concluir é que eu não sei tudo sobre mim. Conclusão óbvia, dirão alguns. Não tão óbvia assim. Vejamos:
Qual será a credibilidade de um cérebro para pôr e dispor de nós, conforme entende? Achará o dito que nós não o conhecemos já de ginjeira? Aqueles sonhos todos trocados, aquilo é coisa que se apresente por parte de Sua Excelência, toda-a-poderosa Massa Cinzenta?
Não me deixo enganar. Aquelas vacas amarelas em cima da televisão, os amigos com corpos de cobra, os jardins da minha cidade inundados pelas ondas do mar em noites húmidas, a ex-namorada a dar-me beijos… Vou confiar neste tipo?
Não. Não, não e não. O exercício que vai revirar as entranhas já está no prelo: antes de adormecer, pensar em coisas totalmente normais: namorados no jardim aos beijos; vacas a pastar; uma mulher, em casa, a mudar canais; alguém que diz a outro: “Amo-te”.
Coisas comezinhas. O quotidiano. Nem mais nem menos. Quero ver se o gajo continua a mandar atrozes mensagens, enquanto descanso…
Esta foi a última vez que acordei a meio da noite para escrever sobre o cérebro. Acabou-se. Preciso de dormir, o corpo está cansado, não quero saber de mim mais do que aquilo que sei, não quero medos nem imaginações, não quero coisas impossíveis.
Ela levantava-se da mesa, olhava-me enquanto ajeitava o cabelo dos olhos, sorria (juro que o Sol lhe dourava a face) e dava-me um beijo.
Cabrão do cérebro. Não basta já a realidade?
Importa-se de repetir?
Estou em frente da televisão. Um programa da tarde tem como convidados especiais três actores dos “Morangos com Açúcar”. Os ganhos revertem para uma instituição. Na tela aparecem três palavras: Erodito, Estabilisar e Exímio. - Qual destas palavras está bem escrita? – pergunta a entrevistadora. - Hummm … - depois de 10 segundos, a actriz convidada: - Erodito! - Não – diz Leonor, preocupada com as criancinhas que vêem o dinheiro por um canudo. - Ah! Já sei – a entrevistada teve um visão de génio – Exímio! Pois, pois, é isso! Erodito está mal escrito. É erodiCto, com c… A câmara filma o actor que se encontra ao lado desta Simone de Beauvoir da Falagueira. O ser ar é de pura descrença. Como é óbvio, por uma questão de educação, não vou revelar a identidade desta brilhante actriz. Não seria digno. |
Friday, July 21, 2006
Praga
Thursday, July 20, 2006
Por morrer uma andorinha...
Carlos do Carmo |
José Carlos Ary dos Santos
Partir É Morrer Um Pouco
Adeus parceiros das farras
Dos copos e das noitadas
Adeus sombras da cidade
Adeus langor das guitarras
Canto de esperanças frustradas
Alvorada de saudade.
Meu coração como louco
Quer desgarrar no meu peito
Transforma em soluço a voz
Partir é morrer um pouco
A alma de certo jeito
A expirar dentro de nós.
Voam mágoas em pedaços
Como aves que se não cansam
Ilusões esparsas no ar.
Partir é estender os braços
Aos sonhos que não se alcançam
Cujo destino é ficar.
Deixo a minh’alma no cais
De longe alcanço sinais
Feitos de pranto a correr.
Quem morre não sofre mais
Mas quem parte é dor demais
É bem pior que morrer!
Quem morre não sofre mais
Mas quem parte é dor demais
É bem pior que morrer!
Gaivota Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro. Que perfeito coração morreria no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração. Alexandre O'Neill |
Wednesday, July 19, 2006
O Poeta é um ser transcendental?
Casa - "Surpresa. Após tanto deste amor, supunha tê-lo espalhado pelo mundo."- Giuseppe Ungaretti
Questão: Se "o poeta acaba sempre por encontrar as palavras que nos encaixam", como diz a azuki, o que faz com que esse mesmo poeta tenha essa capacidade? Nasce o trabalho do poeta através do seu especial talento ou, antes, de muito trabalho? Ou das duas? É da transpiração que vem a obra-prima ou da inalcançável transcendência?
Tuesday, July 18, 2006
Não, não é uma pintura antiga, é o Brad Pitt fazendo de Aquiles. E depois?
De um blogue não engravatado (Leitura Partilhada), um texto interessante, um dia depois de ter visto pela primeira vez o filme "Troy" e, mais uma vez contra preconceitos, ter gostado bastante do filme, ao ponto de achar que está bastante bem conseguida a (sempre) difícil tarefa de passar um livro destes para cinema:
INTIMAMENTE ESTAMOS TODOS DO LADO DOS TROIANOS Homero é inquestionavelmente um grande poeta, isso não se pode negar. Mas, devo cair aqui em uma heresia: para mim, a Odisséia é muito superior à Ilíada. A Ilíada tem algo de ignóbil, o tema de cantar a ira de um homem. Podemos salvar Homero supondo que se preferimos Heitor é porque ele também preferia Heitor. Creio que visto assim… por que todo mundo sente simpatia por Tróia e por Heitor e ninguém sente simpatia pelos gregos? É porque são melhor mostrados os troianos. Podemos supor que Homero, mesmo sendo grego, estava intimamente de lado dos troianos. Se todo mundo leu a Ilíada do ponto de vista de Tróia é porque o autor também a escreveu do ponto de vista de Tróia. Não creio que se equivocasse. Todos queriam descender dos troianos e ninguém quis descender de Aquiles. Posso lhe dar um dado bastante curioso: estava lendo a História dos reis da Noruega, de Snorri Sturluson, e há uma referência a Thor, o deus do trovão, e este homem escreve no século XIII, na Islândia, e diz que Thor era, sem dúvida alguma, proveniente de Héc-Thor. Todos queriam ser troianos, mesmo esse homem, ali no distante norte, queria que seus deuses fossem troianos. E depois, sempre que se fala de Odin se diz que veio de Tróia. Todos sentiam atração por Tróia. Não lhes ocorria dizer que eram parentes de Aquiles ou de Agamenon.
Jorge Luis Borges
Monday, July 17, 2006
Budapest
Saturday, July 15, 2006
Nalini-Poem
Drinking
a women laughs
in front of the sea
(I love her laughter).
Dancing and singing
on a roof,
In front of the sea
(a silent sea).
Her hands
(I love her hands)
are birds
hugging the night.
Her eyes (deep magic eyes)
(in front of the sea)
are melting
(dancing and singing).
Our eyes (hugging the night)
are melting
in front of the sea.
My words
(like birds)
dance
inside her heart.
She dance
(like birds)
inside my words.
Our hearts
(like words)
fly
above the sea.
And a bottle of Gin
make her say
that she loves me...
Ricardo Silveirinha
Wednesday, July 12, 2006
Do livro "El otro Sueño", 1987
A MAL CASADA (1987)
Dizes-me que Juan Luis não te compreende,
que só pensa nos seus computadores
e que não faz caso de ti de noite.
Dizes-me que os teus filhos não te ajudam,
que só te dão problemas, que se aborrecem
com tudo e que estás farta de aturá-los.
Dizes-me que os teus pais estão velhos
que se tornaram tacanhos e egoístas
e que já não és a sua menina como dantes.
Dizes-me que já fizeste trinta e cinco
e que não é fácil começar de novo,
que os únicos homens que conhecessão os colegas de Juan na IBM
e não gostas de executivos.
E eu, o que é que eu faço nesta história?
Que queres que eu faça? Que mate alguém?
Que dê um golpe de estado libertário?
Amei-te como um louco. Não o nego
mas isso foi há muito, quando o mundo
era uma reluzente madrugada
que não quiseste compartilhar comigo.
A nostalgia é um passatempo grosseiro.
Volta a ser a que foste. Vai ao ginásio,
Pinta-te mais, disfarça as tuas rugas
e veste roupa sexy, não sejas tonta,
que talvez Juan Luis te volte a mimar,
e os teus filhos vão para um acampamento
e os teus pais morram.
Luis Alberto de Cuenca
Tuesday, July 11, 2006
Closer, 2004, Mike Nichols
Um filme onde nada é o que parece. A começar pelo elenco. Lemos os nomes dos actores e ficamos com aquele amargo de boca, aquela sensação de estarmos perante mais um cansativo jogo de namorados, clichés e beijinhos no final com o plano a afastar-se. Não podíamos estar mais enganados. O filme “Closer” de Mike Nichols é tudo menos um filme de Domingo à tarde para repousar o cérebro. De tanto nos “ofender” no nosso suposto belo romantismo, chegamos ao final destroçados, cansados e – ironicamente – repletos de uma sensação de reconforto. É no jogo entre o desvario das emoções e a crueza das soluções que todo o filme se sustenta. Aquele que domina afinal é o dominado. O que ama afinal não ama. O amor, esse, serve de cobaia para uma coisa maior – a realidade; e esse facto (o amor não reinar, antes servir) é uma revelação e uma balde de água fria nesta nossa mania de sermos muito leais, muito fiéis, muito romântico-patéticos. Julia Roberts faz o melhor dos papéis. Nem parece a mesma. Afinal, Julia pode ser chamada de actriz. Natalie Portman, para além da beleza cinematográfica mais fascinante dos últimos tempos, é belíssima. Actriz, actriz, actriz. Um portento de representação. Jude Law, o mais fraco; ainda assim, capaz de transportar as emoções e cruezas da personagem. Clive Owen deslumbrante. Em todos os sentidos. Quem quiser ver o filme, que veja. Não vou fazer sinopses nem resumos alargados. O filme merece ser visto por quem se quer desiludir da desilusão. |
Monday, July 10, 2006
A melhor invenção do Mundo (só comparável ao futebol)
Thursday, July 06, 2006
We had a dream...
A final do Campeonato do Mundo é, desde ontem, uma impossibilidade. Apetecia-me dizer tanta coisa sobre o jogo, mas não... Não digo nada. É certo que um objectivo enorme se gorou ontem à noite. Mas o sonho - ah o sonho! -, esse já ninguém mo tira... |
Thursday, June 29, 2006
Jules Rimet, nós queremos-Te!
Que não haja confusões: eu amo o Futebol. Dos pés à cabeça, de cima para baixo, de baixo para cima, de dentro para fora, amo o futebol. O jogo, as tácticas, o xadrez psicológico, o xadrez físico, o público, as bandeiras, as conversas de café, as (des)ilusões, as paixões, o erro do árbitro, o penalty «à Panenka», o penalty «bem marcado», a basculação, o pressing alto, a revienga, o golo. Amo o golo. Por todas estas razões, talvez tenha cometido uma heresia quando me veio à cabeça que todo este «circo» em redor do Mundial de Futebol seja, em perspectiva, um pouco exagerado. Bem sei que todos queremos ser campeões do Mundo, mas – que raio! – não estaremos a deixar o país e os governantes entregues a si próprios? A sensação que dá é que andam uns tontinhos a passar leis «por debaixo dos panos» enquanto a malta rejubila com os golos do Maniche e companheiros (eu não sei o que me deu para dizer estas barbaridades). O país tirou férias? Alguém no seu perfeito juízo estará com a cabeça em território nacional? Falo por mim: a medida do meu tempo é o jogo de Portugal. Um atrás de outro. Pelo meio, são dias em que se festeja a última vitória e se anseia por outra. Não há mais para além disso; talvez um sonho cumprido, outro desfeito, uma boa almoçarada, um filme, uma conversa às tantas, uns copos bebidos… mas no fundo, lá no fundinho, a certeza de um jogo dentro de um dia, de dois, a cabeça fazendo contas, esquemas mentais (ora, o Deco não joga, vai o Figo para o meio, ou jogamos com o Tiago e o Figo vai para a ala?), o dia que não chega, ocupar espaço lendo um livro, tomando mais um banho, brincar com a cadela. Não sei o que me deu para tamanha barbaridade intelectual, mas, de facto, lembrei-me de me perguntar se não estaríamos a levar o Mundial como a única salvação possível, o único motivo para respirar. A malta está cá? Deu sinal de vida? É certo que quando passo na rua as pessoas continuam o seu caminho, falam, bebem cafés, fingem que a cabeça delas acompanha os passos, mas depois as bandeiras nas janelas, um olhar suspeito (vai para casa ver o «Missão na Alemanha»), o barulho do patriotismo ecoando nas ruas, e é tempo para perguntar: O país tirou férias? Haverá Ministros cá no burgo? Secretários de Estado? Funcionários? Senhoras da limpeza, trabalhadores? (Eu não sei o que me deu, juro) … Pergunto-me como andarão os que não gostam de futebol. Por um lado, felizes – o país é deles! -, por outro angustiados – deve ser horrível não ter com quem falar, improvisar uma conversa sobre Cinema e alguém começar a dizer que o Lynch deve jogar nas alas porque, apesar do seu carácter sombrio e confuso, quando quer sabe limpar e jogar simples; alguém que se lembra de um Tarantino, exímio guarda-redes, com golpes arriscados, estilo América do Sul; Almodóvar como roupeiro e Jacques Tati deambulando pelo meio-campo adversário. E isto durante semanas! O pobre do homem que não gosta de futebol cheio de espaço no país e a companhia que não existe, ou que é aborrecida. Ah! Se a Jules Rimet não estiver nas nossas mãos daqui a duas semanas, meus amigos, vamos encontrar um país em ruínas… |
Tuesday, June 13, 2006
Pérola
Es el amor. Tendré que ocultarme o que huir. |
Jorge Luis Borges
Thursday, June 08, 2006
Glasgow boys
Bang bang, Gavrilo Princip Bang bang, shoot me Gavrilo Bang bang, the first six are for you Bang bang, the seventh is for me Bang bang, Gavrilo Princip Bang bang, Europe's going to weep All for you, all for you, all for you, Sophia The Black Hand holds the gun The devil takes his run Urban, take the Appel Quay It's June the twenty-eighth The seventh was for me Bang bang, Gavrilo Princip Bang bang, shoot me Gavrilo Bang bang, the first six are for you Bang bang, the seventh is for me Bang bang, Gavrilo Princip Bang bang, shoot me Gavrilo All for you, Sophia - Franz Ferdinand |